Exigência de um real financiamento público para a Cultura é o lema principal do Coimbra do Movimento do Manifesto em Defesa da Cultura. Entre as várias atividades, uma grande iniciativa, no dia 29 de Setembro, mereceu o destaque do movimento.
Contrariar o mito da “subsidiodependência”, por parte dos agentes culturais, mas, sobretudo, alertar para a necessidade do investimento público na cultura são os motes do grupo de Coimbra do Movimento do Manifesto em Defesa da Cultura, apresentado hoje, no Teatro da Cerca de S. Bernardo, onde participaram mais de 20 membros dos vários sectores culturais da cidade.
O grupo tem a sua origem no Manifesto nacional, divido em seis pontos, que advoga a necessidade do financiamento público às mais diversas áreas culturais, e que conta já com centenas de subscritores.
Também a exigência da dotação de 1% do Orçamento de Estado (OE) para área cultural foi um dos temas em cima da mesa. Pedro Rodrigues, produtor da companhia teatral Escola da Noite e um dos membros do grupo, explicou que, embora este número possua uma marca simbólica, reveste-se ao mesmo tempo de um carácter pragmático, uma vez que “a atual fatia do OE para a Cultura se situa pouco acima dos 0,1%”. Este valor resulta, no entender do agente cultural, “de uma redução drástica e consecutiva por parte dos sucessivos governos no apoio à Cultura”. Assim, este apoio, continua Pedro Rodrigues, servirá não só as entidades culturais, mas, essencialmente, o público. “Veja-se que sem estes apoios um bilhete da Escola da Noite, que custa hoje 10 euros, passaria a custar entre 40 e 50 euros”.
Entre as atividades já agendadas pelo movimento, Cristina Janicas, membro da companhia Bonifrates e também membro do grupo, destaca a iniciativa marcada para dia 29 de Setembro, para a qual se pretende contatar e envolver todos os grupos culturais, das artes performativas e musicais, museus e públicos de Coimbra, de modo a que possam “transformar a cidade num imenso espaço cultural”.
Para isto, o grupo irá contatar as diversas entidades, convidando-as a aderir, desenvolvendo atividades nos seus próprios espaços ou espaços públicos, desde museus a companhias teatrais e grupos musicais.
Todas as iniciativas serão acompanhadas da divulgação do Manifesto e das suas reivindicações. A iniciativa culminará com uma grande festa no Pátio da Inquisição.
Finalmente, o grupo pretende continuar com as reuniões plenárias, que tem realizado pelos diversos espaços culturais de Coimbra. E convida “todos os queiram a participar”, como explica Manuel Pires da Rocha, diretor do Conservatório de Música de Coimbra e membro do movimento.
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