Tínhamos umas galenas.
Andava na escola e era a melhor aluna. Havia uma menina que era filha de um Fiscal da Câmara Municipal.
Tinha já um nível de vida diferente da maioria das colegas
Então ela pedia me ajuda. Adorava ir para casa dela porque ela tinha um rádio.
Era uma caixa castanha de onde saía um som rouco, mas que me deliciava a curiosidade de criança que queria saber e conhecer tudo!
Depois mais tarde, uma vizinha tinha um rádio e toda a gente se juntava lá em casa para ouvir o teatro Tide e Simplesmente Maria. Mais ainda, o teatro radiofónico apresentava o romance A SELVA… isso era um tempo sagrado de escuta atenta. Tudo parava. Havia quem chorasse e comentasse as histórias levadas muito a sério . Depois isso era motivo de conversas nas tarefas do campo .
Na realidade, o espaço radiofónico permite a recreação pelo ouvinte de tudo o q se diz , porque as coisas não são tão explícitas como na televisão ou no cinema, por exemplo.
Aqui a estética da recepção tem um papel muito importante. Imagina-se o que se ouve com aquilo que se é É ainda importante , porque podes ir a conduzir ou a desenvolver certas tarefas e tens aquela companhia amiga que pensa em ti , que trabalha para ti com alegria e prazer.
Enfim a minha paixão pela rádio está cada vez mais viva. Adoro comunicar com os ouvintes. Fiz rádio em Macau , nos USA, França, Brasil e aqui na Antena Um , na Radio Comercial e agora no Rádio Clube Português onde encontrei gente na maravilhosa o que me dá duplo prazer.
Adoro partilhar o que sou e o que sei!
Lucinda Ferreira
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