Perto de 80 pessoas participaram este Sábado, [16 de Abril], na Convenção Autárquica de Penacova, que teve lugar no Auditório das Piscinas de Penacova. António José Seguro, deputado e ex-ministro socialista, foi a figura convidada para a sessão de encerramento que foi presidida por Pedro Coimbra, Presidente da Assembleia Municipal da autarquia e em que intervieram também Humberto Oliveira, Presidente da Câmara, Ricardo Simões, Presidente do PS/Penacova e Pedro Alpoim, líder a JS local.
Marcaram presença na convenção vários militantes socialistas, independentes e autarcas, bem como representantes das estruturas do PS no distrito de Coimbra. Embora tivesse sido convidado, o presidente da distrital de Coimbra do PS, Mário Ruivo, não compareceu na convenção.
António José Seguro começou o seu discurso por enaltecer a sua longa amizade com Pedro Coimbra, elogiando sobretudo “esta iniciativa de grande importância, onde se debateram os problemas concretos do concelho e dos seus cidadãos”, tendo lançado um olhar pelos problemas do País e tendo deixado algumas ideias para melhorar a situação.
Um dos painéis de discussão foi alusivo à mini-hídrica. Todos os participantes convergiram na opinião de que, como sintetizou Vasco Viseu, presidente da Junta de Freguesia de Penacova, “o rio faz parte desta comunidade e a mini-hídrica prejudica-a”. Victor Carvalho, da empresa Sport Margens, alertou para vários constrangimentos que o empreendimento trará: “não cria postos de trabalho, não traz rentabilidade ao concelho, altera o ecossistema, é inevitável que algumas casas fiquem submersas e os terrenos agrícolas inundados, inviabilizará praias fluviais e haverá consequências na subida do caudal. Para além disso, matará em definitivo a descida do rio em canoas e afectará a restauração, a hotelaria e o turismo”. Humberto Oliveira concordou com a análise e acrescentou que “o concelho poderá perder 30 mil visitantes caso a mini-hídrica fosse construída”. O presidente da Câmara colocou ainda a tónica na escassez de energia produzida pela mini-hídrica, que em nada justifica a sua construção em detrimento do impacte negativo que causa a Penacova”.
Para Ricardo Simões, “a mini-hídrica, que unilateralmente alguém decidiu, por critérios de angariação financeira, erguer no nosso rio, enferma de um inexplicável antagonismo: está a ser construída uma escada de peixe na Ponte Açude, em Coimbra e, uma quilómetros mais a montante, querem construir uma barreira a esses mesmos peixes. É nosso propósito estar ao lado das populações, lutar para que as suas vidas não sejam afectadas”.
Este tema levou a que António José Seguro questionasse: “o que custa o poder central ouvir mais as pessoas afectadas?”. Concluiu ainda que “Penacova pode perder competitividade com uma má decisão” e que “os estudos não podem ser apenas de impacte ambiental, mas também cultural, social e económico”.
Houve ainda um outro painel de discussão, relativo ao papel das juntas de freguesia, com intervenções de Jorge Veloso, presidente da Junta de Ribeira de Frades (Coimbra) e João Azadinho, presidente da Junta de Travanca do Mondego (Penacova).
A terminar a sessão de encerramento, António José Seguro mostrou-se muito preocupado com o estado do País e com as situações de pobreza emergente, tendo deixado ainda um apelo geral, para que “ a próxima campanha eleitoral não seja assente em ataques, mas seja uma campanha de esclarecimento e de verdade. Ganhará quem apresentar as melhores ideias”.
Bruno Paixão
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