A família que está em greve de fome contra a eventual adopção da uma criança foi hoje aconselhada a abandonar o protesto pelo director regional de Segurança Social de Coimbra, Mário Ruivo, mas recusou.
O responsável da Segurança Social deslocou-se à entrada do Tribunal de Família e Menores de Coimbra, onde os pais da menina de três anos e uma bisavó estão "acampados" desde quarta-feira, e desafiou a família a dar provas de confiança ao tribunal mas não com o método que têm seguido.
Na conversa que manteve com os pais, a avó e bisavó maternas, Mário Ruivo disse que a melhor forma de o casal provar que está apto para ter a criança é "trabalhar, ter uma casa e boas condições (de relacionamento)".
«Têm de dar um tempo ao tribunal e mostrarem que estão estabilizados. Não há razão nenhuma para isto, não há vantagem esta filha estar exposta publicamente», avisou.
Mário Ruivo frisou que "não é com o uso da bisavó, que está doente, e de fotografias da menina" que irão conseguir reconquistar a confiança do tribunal.
"Têm de ter bom senso, serem serenos e reganhar a confiança também da criança", disse o responsável da Segurança Social, que, em declarações à Lusa, sublinhou que o casal tem de "dar sinais, provas, (de estabilidade) para evitar que o processo de pré-adopção evolua".
O director regional da Segurança Social sustentou que "ninguém tem interesse em retirar crianças" à família.
"Se a determinada altura, o tribunal perdeu a confiança na família e a criança teve de ser retirada, foi devolvida e retirada de novo, agora o tribunal tem de ter grande confiança" para voltar atrás, disse Mário Ruivo a Cristina Figueiredo, avó materna, que teve a criança algum tempo, devido a desentendimentos entre os pais.
Dirigindo-se a todos os elementos da família presentes à entrada do tribunal, Mário Ruivo aconselhou: "Se têm chatices não sejam violentos, se tiverem discussões que o façam com calma".
Família faz acusações à Segurança Social
Os conselhos do responsável da Segurança Social não chegaram para demover a família, que exige "um papel assinado pelo tribunal ou Segurança Social a garantir que a menina não será [dada] para adopção".
"Se a gente não tem feito isto a menina ia mesmo para adopção", disse a avó da criança à Lusa.
Cristina Figueiredo queixa-se de as técnicas da Segurança Social "nunca terem ido ver a casa onde os pais estão a morar há quatro meses, nem a sua enquanto teve a criança".
A menina foi institucionalizada quando a avó comunicou ao tribunal que os pais a tinham ido buscar a sua casa numa altura em que a tinha à sua guarda.
À porta do tribunal mantêm-se em greve de fome o casal e a bisavó da criança, de 65 anos, que sofre de diabetes. "Daqui ninguém sai", insistiu a mãe da criança.
Lusa
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